sábado, 13 de novembro de 2010

O que vê o olho de Shiva?

Sob a língua
mílimetros quadrados de papel.
Entre o papel
uma passagem de ida
e, felizmente, de volta
rumo a insanidade.

Papel com o papel de endoidar,
papel com desenho de deus Hindu.
Papel que revela meu papel na obra...

Em meio a todos
o eu.
O eu defronte o eu,
um eu, de bilhões...

Pequenez, pequenez,
enlouquecedora pequenez.
Que importa eu?
Um mero detalhe,
um verso da poesia da vida.

Sei que a poesia é bela,
o chá amarelado me mostrou.
Eu acho...
Mas como é difícil apreciar a obra
quando sou tão fascinado
por esse pequenino verso
que vejo no espelho...

Oh, eu, eu, eu
quando deixarás de ser?
Oh impaciência, oh crença no futuro,
oh medo e expectativa...
Quando não mais serão!?

Quando, quando a solidão suprema
deixará de me apavorar?

Um comentário:

  1. Se mais pessoas vissem o que esse olho nos mostra o mundo seria um lugar melhor. Alias, se apenas nós mesmos entendêssemos o que esse olho nos mostra o mundo já seria um lugar melhor!

    Abraço brother

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