
Se nem mesmo ele sabe da loucura,
se qualquer palavra somente traz
a certeza da incompletude.
Se a minha própria loucura
ainda me turva os olhos!?
Como fazê-la ver
que é escrava miserável
cujo impaciente senhor
é seu próprio corpo
e suas algemas e correntes
são seus prazeres físicos?
Como mostrar a ele
que a juventude passa-lhe ante os olhos
escorre pelos vãos dos dedos
e jamais voltará
enquanto desperdiça seu tempo
com filosofias vãs, sobre mundos ideais
e teorias, teorias...
Como explicar a ela
a ciclicidade da busca
se todos os pomposos yogas
os complexos mantras
todos os penduricalhos místicos
há muito só pertencem à mente?
Como agir?
Se as palavras que saem
sempre estão distorcidas,
se tudo que entra
minha mente louca distorce
e qualquer julgamento
qualquer preferência
é não mais que ilusão?
Nenhum comentário:
Postar um comentário